Cafu (lateral direito)
Marcos Evangelista de Moraes
Mesmo antes da edição da Alemanha neste ano, a história das Copas do Mundo já reserva um capítulo especial a Cafu. O lateral-direito do Milan é o único jogador no retrospecto da competição a disputar três finais consecutivas (1994, 1998 e 2002).
Além disso, Cafu tem no currículo as participações nas conquistas do tetra e do pentacampeonato da seleção brasileira, levantando a taça como capitão na Copa passada.
Cafu vai chegar à Copa com 36 anos (completa aniversário no começo de junho), mas a idade não vem sendo um obstáculo na carreira do ex-são-paulino e ex-palmeirense, que sempre foi conhecido como jogador de privilegiada capacidade física. Se vencer um problema de lesão no joelho esquerdo, provavelmente será o capitão do time de Parreira nos gramados alemães.
O lateral do Milan só é hoje jogador de futebol por ser, também, muito teimoso. Antes de ser finalmente descoberto pelo técnico Cilinho no pequeno Itaquaquecetuba - então na terceira divisão paulista, em 1987 -, ele teve de passar (e ser dispensado) em nada menos que oito peneiras.
Só no São Paulo foram quatro tentativas, além de outras na Portuguesa, no Corinthians, no Nacional de São Paulo e até no Atlético-MG. Titular do São Paulo a partir de 1989, logo começou a mostrar suas principais características: polivalência, fôlego acima da média e muita, muita velocidade.
Bendita hora em que o técnico Carlos Alberto Silva escolheu Cafu, que até então jogava de volante, para substituir o lateral-direito Zé Teodoro, machucado, em um jogo contra o Goiás pelo Campeonato Brasileiro. No entanto, no São Paulo, chegou a atuar também na defesa, no meio-campo e no ataque.
Em seis anos, Cafu conquistou um Campeonato Brasileiro (1991), dois Paulistas (1991 e 1992), duas Libertadores e dois Mundiais (1992 e 1993). Na seleção, depois da vexatória desclassificação para as Olimpíadas de 1992 com um empate diante da Venezuela, a afirmação de Cafu só viria na Copa de 1994, ano em que se sagrou campeão do mundo. Na final, substituiu o titular Jorginho, lesionado.
Logo depois da Copa, o Zaragoza, da Espanha, pagou US$ 3,6 milhões para levar Cafu. Lá, o lateral faturou uma Recopa. Debaixo de muita polêmica (e dos protestos da diretoria do São Paulo), o passe do jogador acabou comprado pela Parmalat.
Após um curto e estratégico estágio no Juventude, de Caxias do Sul, e lá estava Cafu novamente em um grande clube de São Paulo, o Palmeiras, para faturar outro título, o paulista de 1996. Na verdade, a passagem pelo time do Sul, também patrocinado pela Parmalat, foi apenas uma manobra da empresa para driblar impedimentos de contrato e colocá-lo no Parque Antarctica.
A partir de 1997, Cafu passa a defender a Roma, da Itália. Unanimidade na posição desde a Copa de 1998, o lateral permanece como o melhor lateral-direito do país, tanto pela carência de talentos por aquele setor como pelas suas qualidades. Depois da Roma, onde conquistou um título italiano, Cafu foi contratado pelo Milan. No superpoderoso time italiano, o veterano brasileiro obteve mais um "scudetto" da Série A e consegue se manter jogando em alto nível na elite do futebol europeu.
FICHA TÉCNICA
Nascimento: 07/06/1970, em São Paulo (SP)
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Peso: 74 kg
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Altura: 1,76 m
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Clubes: São Paulo (1989 a 1994); Zaragoza-ESP (1994 e 1995); Palmeiras (1995 a 1997); Juventude (1995); Roma-ITA (1997 a 2003); Milan-ITA (2004 a 2006)
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Títulos: Campeonato Paulista (1989/1991/1992/1996); Campeonato Brasileiro (1991); Copa Libertadores (1992/1993); Mundial Interclubes (1992/1993); Recopa Sul-Americana (1993/1994); Supercopa da Libertadores (1993); Recopa Européia (1995); Campeonato Italiano (2001/2004); Copa do Mundo (1994/2002); Copa América (1997/1999)
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Copas: 3 (1994, 1998 e 2002)
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